São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996
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Redutor da TR cairá mais em outubro

CARI RODRIGUES
SHIRLEY EMERICK

CARI RODRIGUES; SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Governo tenta conter os saques da caderneta

O governo decidiu acelerar a queda do redutor da TR (Taxa Referencial), que remunera a poupança, nos meses de outubro, novembro e dezembro. Quanto menor o redutor, maior o rendimento relativo da poupança.
Em outubro o redutor será de 1,05%; em novembro, de 0,95%; e em dezembro, de 0,85%. A queda que começa agora em julho (atual 1,3% para 1,25%, 1,20% e 1,15%) é de apenas 0,05 ponto e passará a ser de 0,10 ponto a cada mês.
O redutor da TR apenas se ajustou à política de redução gradual das taxas de juros, segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente.
O governo fez as mudanças para estimular a poupança como investimento, porque é um "instrumento de aceitação popular", disse Parente, depois da decisão do Conselho Monetário Nacional.
A maior remuneração relativa da poupança vai depender da taxa de juros média dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) das 30 maiores instituições financeiras, base para o cálculo da TR.
A mudança do redutor da TR é consequência da fuga acelerada dos depósitos que vem acontecendo desde o início do ano. Em maio, as retiradas superaram os depósitos em R$ 1,133 bilhão. O mercado não vê chances de reversão apenas com a queda do redutor da TR.
Dívidas
A TR relativamente maior aumenta a correção das dívidas da União, dos Estados e dos municípios, além de financiamentos habitacionais e dívidas de pessoas físicas e jurídicas que são reajustadas por essa taxa.
Pedro Parente disse, no entanto, que o aumento da TR será compensado com a redução da taxa de juros. Sem alteração do redutor, a TR tenderia a ser "zerada".
Continuam em estudo a liberação dos lances e do prazo mínimo dos consórcios de automóveis, operações de factoring e autorização para bancos aceitarem cheques como garantia.
O CMN discutiu também as regras para o plano de safra agrícola 96/97. Os juros e o volume de recursos serão anunciados hoje pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Os preços mínimos devem ser corrigidos entre 9% e 12%, e os recursos, chegar a R$ 4 bi.

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