São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Charlex faz virada com tecido sintético

Empresa vê saturação no segmento ecológico

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quatro anos, Ricardo Grunfeld, um dos dois principais executivos de uma empresa da área têxtil, foi eleito presidente da Federação Paulista de Squash, esporte que exige muita agilidade.
Como presidente da entidade, apreendeu a necessidade de valorizar os jovens talentos, principalmente os desconhecidos. Como jogador de squash, apreendeu a necessidade de ser ágil e ousar também nos negócios.
Ricardo, 35 anos, e seu irmão Roberto, 39, dividem a direção da Charlex Indústria Têxtil, empresa fundada há 30 anos pelo seu pai, um imigrante húngaro que veio para o Brasil logo depois da Segunda Guerra Mundial.
Até há quatro anos, a Charlex fabricava produtos tradicionais na área de malharia circular, quando, por iniciativa dos irmãos, passou também a produzir tecidos com elastano, entrando em novos segmentos de mercado, como roupas para esportes e praia e lingerie.
Nova tendência
"Nossa grande virada foi enxergar com antecedência a saturação da moda ecológica, baseada em produtos naturais, e a volta dos tecidos sintéticos", explica Ricardo.
A empresa passou a crescer de forma mais acelerada com a importação de elastano dos Estados Unidos, depois da abertura comercial do país, neste década.
Essa mudança no perfil da produção foi acompanhada por uma reviravolta também no marketing, que passou a ser muito mais agressivo, polêmico mesmo, com campanhas publicitárias criadas pela agência de propaganda Fox.
Neste ano, por exemplo, toda a estratégia de divulgação da Charlex está centrada no apoio a novos e novíssimos criadores de moda, nomes ainda pouco conhecidos do grande público, mas que já atraem o aplauso dos especialistas, como Alexandre Herchcovitch, Sucumbe à Cólera e Mario Queiroz.
A empresa fornece tecidos a preços subsidiados para criadores desconhecidos e patrocina seus desfiles. E recebe em troca inspiração para suas coleções e o prestígio entre formadores de opinião.

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