São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996![]() |
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G-7 veta líder sérvio-bósnio na eleição
CLÓVIS ROSSI
O veto faz parte de um texto específico sobre a Bósnia anexado ao comunicado final da cúpula do grupo, encerrada ontem em Lyon (sudeste da França). Pede também o afastamento de Karadzic de suas funções públicas e sua entrega ao Tribunal Internacional de Haia, no qual está sendo julgado, à revelia, sob acusação de crimes de guerra. Outro parágrafo, porém, propõe que as partes envolvidas adotem uma lei de "anistia ampla". Parece o aceno de uma troca: a entrega de Karadzic seguida da anistia. Apesar da pressão internacional, Karadzic foi eleito ontem para liderar por quatro anos o Partido Democrático Sérvio. O partido controla polícia, administração e mídia dos sérvios da Bósnia. O cargo assegura a ele poder político, mesmo que não seja candidato nas eleições. Obviedades e destaques O anexo sobre a Bósnia acabou sendo mais significativo do que o documento final propriamente dito, repleto de uma coleção de espantosas obviedades. Exemplo, no capítulo sobre drogas: "As drogas representam uma séria ameaça para o futuro de nossas gerações mais jovens, a saúde de nossos cidadãos e a integridade de nossas sociedades". Alguns destaques do texto: 1 - TESTES NUCLEARES - O G-7 manifesta o compromisso de concluir o CTBT (Tratado de Banimento Abrangente de Testes Nucleares) até o fim da assembléia-geral da ONU (setembro). 2 - MEIO-AMBIENTE - "Estamos explorando a possibilidade de suplementar nossas contabilidades nacionais para melhor medir recursos como florestas, minerais e peixes e o valor econômico da qualidade do ar, água e solo". 3 - CRIME ORGANIZADO - O G-7 se compromete a uma plena mobilização de recursos e influência para combatê-lo, o que inclui "privar os criminosos de seus lucros ilícitos" (sequestro de bens). 4 - ORIENTE MÉDIO - O documento insiste no princípio "terra por paz", que foi a base dos acordos até agora conseguidos entre Israel, os palestinos e países árabes. Significa, na prática, devolver territórios palestinos ocupados por Israel, o que contraria a retórica eleitoral com que Binyamin Netanyahu ganhou as eleições. 5 - ONU - O documento dá ênfase a reforma e fortalecimento da organização. Diz, a propósito: "Estamos decididos a promover uma solução de longo prazo baseada na adoção de uma escala de contribuições mais equitativa". LEIA MAIS sobre o G-7 à pág. 26 Texto Anterior: Dominicanos votam hoje no 2º turno presidencial Próximo Texto: Cláusula social será teste para o Brasil Índice |
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