São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Desacordo atrasa ajuda a banco estadual

GUSTAVO PATÚ

GUSTAVO PATÚ; CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Governadores se opõem a privatização das instituições públicas, conforme prevê projeto de MP

Divergências entre os governadores e a equipe econômica estão atrasando a edição do pacote de socorro aos bancos estaduais preparado pelo governo.
A maior parte dos governadores não está disposta a privatizar seus bancos nem a transformá-los em meras agências de fomento (investimento), como querem o Ministério da Fazenda e o Banco Central.
Pelo texto da MP (medida provisória) elaborada pelo governo, a ajuda aos bancos estaduais não estará necessariamente condicionada a essas medidas.
Mas os economistas do governo têm deixado claro que terão preferência na hora de obter o dinheiro federal os Estados que optarem por essas alternativas.
Loyola
A posição foi reiterada ontem pelo presidente do BC, Gustavo Loyola, em cerimônia na sede do Banco do Brasil, em Brasília.
Os governadores já fizeram chegar ao Ministério da Fazenda sua discordância, por meio de senadores e da Asbace (Associação Brasileira dos Bancos Comerciais Estaduais).
"Muitos governadores querem manter seus bancos com funções universais (com clientes, carteira de crédito e aplicações financeiras)", diz o senador paraibano Ney Suassuna (PMDB).
O senador é um dos principais interlocutores nos entendimentos entre o governo federal e os governos estaduais.
Segundo a Folha apurou, a maior parte dos bancos estaduais pretende tentar outras alternativas de capitalização.
Exemplos: vender títulos "podres" (sem valor de mercado) ao BC, como tem sido feito por bancos privados, ou vender carteiras imobiliárias (créditos pendentes junto ao Sistema Financeiro da Habitação) à CEF (Caixa Econômica Federal).
Banespa
O governo se comprometeu a estender aos demais Estados as condições oferecidas ao Banespa -que receberá ajuda federal sem a obrigação de ser privatizado.
Gustavo Loyola disse ontem que a MP do socorro aos bancos estaduais contemplará o acordo fechado com o governo paulista.
Questionado sobre os motivos da demora na edição da MP, Loyola disse que a medida não depende apenas do BC.

Texto Anterior: Privatização paulista
Próximo Texto: Sem saída
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.