São Paulo, segunda-feira, 8 de julho de 1996 |
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Dependentes rejeitam uso de camisinha, diz pesquisa
AURELIANO BIANCARELLI
Entre os 262 que usavam cocaína, só 15% a utilizavam de forma injetável. O uso coletivo de seringas também é preocupante. Mas a maioria dos dependentes estaria se contaminando e contaminando outros ao deixar de lado a camisinha quando bebem, cheiram cocaína ou fumam crack. A pesquisa foi feita entre dependentes que procuraram o Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Universidade Federal de São Paulo. "As campanhas de prevenção precisam ser repensadas", diz o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, que dirige o Proad e coordenou a pesquisa. "Acreditava-se que só o usuário de droga injetável se contaminava ao dividir seringas. Sabe-se agora que o dependente de drogas não-injetáveis e álcool não tem a percepção do risco da Aids." Hipótese confirmada A pesquisa resultou em quatro trabalhos científicos selecionados para serem apresentados na Conferência Mundial sobre Aids que está acontecendo em Vancouver (Canadá) até o próximo dia 12. Segundo Silveira, há dois anos o Proad levantou a hipótese de que entre usuários de drogas a transmissão por via sexual estava sendo negligenciada e poderia ser mais importante do que se acreditava. Segundo os pesquisadores, se o risco de contágio fosse grande nesse grupo, poderia ser uma das explicações para o aumento da Aids entre heterossexuais. A pesquisa confirmou essas hipóteses e o Proad iniciou um programa de prevenção aos que procuram o grupo. O estudo concluiu, por exemplo, que o uso de camisinha era baixo tanto entre usuários de drogas injetáveis como de não-injetáveis e que mulheres tinham maior consciência do risco do que homens. LEIA MAIS sobre Aids nos cadernos Brasil e Mundo Texto Anterior: Mensagem de FHC é vaiada no primeiro dia da SBPC Próximo Texto: Estado tem 120 mil usuários de cocaína Índice |
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