São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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PSDB vê equilíbrio entre Serra e Pitta

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção da campanha de José Serra (PSDB) já admite que há equilíbrio entre as candidaturas do tucano e de Celso Pitta (PPB), ao contrário do que se apostava no partido quando Serra decidiu concorrer à Prefeitura de São Paulo.
"Serra e Pitta devem entrar em situação de equilíbrio no início do horário gratuito de TV", afirmou o deputado estadual Walter Feldman, responsável pela área de mobilização da campanha de Serra.
O horário gratuito começa no próximo dia 2. Feldman atribuiu o impacto menor que o esperado da candidatura Serra ao fato de o senador tucano ter-se transformado no alvo predileto dos concorrentes, por um suposto temor dos adversários de enfrentá-lo em eventual segundo turno.
"Os debates vão certamente ajudar o Serra a ir para o segundo turno", disse o deputado tucano, para quem o ex-ministro terá no confronto direto com os adversários uma avenida aberta para chegar à rodada final da eleição.
Surpresa
Outros tucanos também estão surpresos com o ritmo da campanha paulistana, principalmente com o surgimento da candidatura Pitta vista com alguma chance.
Quando Serra aceitou participar da eleição, a aposta predominante no PSDB era de que o simples lançamento do nome do senador já seria sinônimo de presença no segundo turno.
Feldman tem uma visão mais otimista. Para ele, o crescimento de Pitta é artificial, provocado basicamente pela insistente presença do candidato na mídia eletrônica, até nas inserções partidárias garantidas pela lei, o que não ocorreu até agora com Serra.
"Pitta tem teto, e a Luiza Erundina não tem mais margem de crescimento", acha Feldman, para quem Serra e o candidato do malufismo vão disputar agora o possível espólio de Francisco Rossi (PDT), que, no entender do deputado do PSDB, tende a cair.
Prioridades
A agenda de Serra será reforçada na periferia das zonas sul e leste de São Paulo. Além de grande concentração de eleitores nas duas "pontas da cidade", dois outros motivos levaram à decisão: presença forte de malufismo e petismo e um diagnóstico de que há espaço para Serra crescer ali.
Na análise do PSDB, as zonas norte, oeste e central da cidade têm potencial favorável a Serra e podem ser trabalhadas com mais cuidado no segundo estágio da campanha. "Além de ser o melhor candidato, o Serra tem uma capacidade de migração de votos maior", acredita Feldman.
Serra reuniu-se ontem com os responsáveis pelo seu programa de TV. Hoje o candidato vai a Brasília.

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