São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996 |
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Estrondo pode causar surdez irreversível
FABIO SCHIVARTCHE
O chefe da disciplina de otorrinolaringologia da Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina), Yotaka Fukuda, 51, diz que aumenta o número de casos graves de perda de audição por explosão de fogos de artifício, no mês de junho. Segundo ele, o motivo é o aumento de acidentes em festas juninas. Durante as campanhas eleitorais, também há um crescimento do número de ocorrências. O pronto-socorro da universidade recebe, em média, dez pacientes de problemas como esse no mês de pico, junho, sendo que apenas três são graves. Nos piores casos, uma cirurgia pode ser necessária. "O movimento brusco do ar comprimindo pode danificar ou até mesmo romper a membrana do tímpano (órgão que capta o som do meio ambiente), causando problemas graves de audição", explica Fukuda. A cóclea (estrutura que transforma a energia mecânica em elétrica e leva a informação do som ao cérebro) também pode ser afetada, segundo o médico. O estrondo pode causar tontura e zumbido temporários e, nos casos mais graves, permanentes. Estrondo O pesquisador do laboratório de acústica do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), João Gualberto Baring, 53, afirma que o estrondo de um rojão pode atingir até 135 dB(A) -decibéis adaptados à sensibilidade do ouvido humano. A energia produzida é cerca de 100 mil vezes maior que o limite permitido pela legislação trabalhista brasileira para evitar lesões na audição. Segundo Baring, mesmo sabendo aproximadamente a distância do epicentro da explosão ao ouvido do prefeito Paulo Maluf (cerca de dez centímetros, segundo assessores da comitiva), não é possível calcular o impacto sonoro. "Para fazer o cálculo exato é necessário conhecer o local onde ocorreu o fato, já que a acústica influi na dispersão do som, e o tipo de fogo de artifício utilizado", disse. (FS) Texto Anterior: Prefeito proíbe fogos em atos Próximo Texto: Grupo liberta presos de carro da Polinter Índice |
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