São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Como foi a operação

1 - 6h30 de 16 de dezembro de 1976. Equipes do 1º e 2º Exércitos e da Secretaria da Segurança ocupam a rua Pio 11, após receberem mensagem de agente do DOI: "Tudo limpo, pode tocar a operação". O trânsito é interrompido e o cerco se fecha sobre a casa nº 767

2 - Armados de metralhadoras, agentes ocupam construção que dá para os fundos da casa e obrigam os seis pedreiros que estão ali a deitar-se no chão. Um desnível de 4 m de altura separa os dois terrenos. Os agentes querem impedir uma fuga desesperada por ali

3 - Agentes entram pelo jardim, pela garagem e por um corredor que dá para o quintal da casa. A caseira Maria Trindade, militante do PC do B, está na porta da cozinha (a). Pedro Pomar, do Comitê Central do PC do B, está na sala (b). Angelo Arroyo, chefe militar da guerrilha do Araguaia e membro do comitê, está saindo do banheiro (c)

4 - Começa a fuzilaria. Maria se vira para sair pela porta da cozinha, mas ainda vê Arroyo ser atingido. Um agente diz a ela: "Não dê um passo, senão será cortada pela metralhadora". Pomar é surpreendido na sala. Grita, antes de ser morto: "Que desgraça! Nos pegaram!"

Fontes: Reportagem Local, Banco de Dados da Folha e os livros "Anos de Chumbo", "Massacre da Lapa" e "Dezembro Sangrento"

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