São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Operação começou meses antes

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda da direção do PC do B na Lapa começou meses antes e a centenas de quilômetros de São Paulo. Manoel Jover Teles, o suposto informante, preso no Rio no segundo semestre de 1976 pelo DOI do 1º Exército, teria feito um acordo com seus carcereiros.
Possivelmente em troca de sua vida e da de sua mulher e filha, levou os órgãos de segurança ao "ponto" onde seria apanhado para ir à reunião do CC, na Lapa.
O general Leônidas Pires Gonçalves, chefe do Estado-Maior do 1º Exército em 1976, disse à Folha que agentes do DOI prenderam "um membro da alta cúpula" do PC do B e que foi ele quem informou sobre a reunião.
'VIP'
O general disse que não lembrava o nome do militante que apelidou de "VIP", por sua importância na hierarquia do PC do B.
Mas deu uma pista: "Esse rapaz tinha uma filha que estudava em Porto Alegre". Efetivamente, a família do gaúcho Jover Teles vivia naquela cidade. Segundo Pires Gonçalves, Teles foi seguido dois meses antes de ser preso.
O "ponto" era na rua Batataes, Jardim Paulista (zona oeste), na noite de 11 de dezembro de 1976.
Observado à distância por agentes do DOI, Teles entrou em um Corcel azul. Seguindo o carro, os agentes localizaram a casa e passaram a vigiá-la. Os órgãos de segurança cumpriram o acordo com Teles e só fecharam o cerco depois que ele saiu.
(AMM)

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