São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ativistas foram presos um a um

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Preso no dia 15 de dezembro e levado para o DOI do 2º Exército, na rua Tutóia (zona sul), João Batista Drummond, 32, escapuliu das mãos de seus torturadores e chegou à torre de rádio do DOI.
Dali se atirou, arrebentando-se no pátio. A versão oficial diria que, ao tentar fugir, Drummond foi atropelado por um automóvel.
Enquanto isso, os órgãos de segurança espionavam a casa da Lapa. Os membros do CC saíram da reunião em duplas. Com Elza Monnerat, secretária de organização do PC do B, eram levados em um Corcel azul dirigido pelo militante Joaquim Celso de Lima.
Saltavam em locais distantes e, um a um, iam sendo presos. Por isso, Drummond pensou que apenas ele havia sido detido.
Drummond e Wladimir Pomar, filho de Pedro Pomar e membro do CC, foram os primeiros presos.
Depois, foram Aldo Arantes e Haroldo de Lima (hoje deputado federal da Bahia pelo PC do B).
Jover Teles, o suposto informante do DOI, saiu na manhã seguinte com José Novaes, do CC, com Elza Monnerat e com Celso de Lima.
O Corcel foi fechado por veículos policiais minutos após Jover e Novaes saltarem. Celso de Lima e Monnerat foram presos.
Lima ouviu um agente passar por rádio a mensagem para o ataque à casa da Lapa, onde estavam Pomar, Arroyo e Maria Trindade.
Novaes escapou porque estava com Teles. No dia seguinte, soube que os companheiros tinham sido mortos ou presos.
(AMM)

Texto Anterior: Paradeiro do informante do DOI é desconhecido
Próximo Texto: Atentados marcaram a época
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.