São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Para jornalista, foi "matança"

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Nelson Veiga, então repórter da TV Bandeirantes, foi o primeiro jornalista a chegar à Lapa, logo após o tiroteio.
À Folha, disse ter visto os corpos de Arroyo e Pomar e que não havia armas perto deles. Os órgãos de segurança declararam ter achado três revólveres e uma carabina.
Veiga afirmou ter se impressionado com a quantidade de cartuchos deflagrados espalhados no chão. Ex-chefe de redação dos Diários Associados, Veiga disse que, "pela disparidade de forças, aconteceu ali uma matança".
No local, o repórter foi reconhecido por Sérgio Paranhos Fleury, delegado do Deops (Departamento de Ordem Política e Social) da Secretaria de Segurança paulista.
"O que você está fazendo aqui?", teria dito Fleury. Veiga levou uma coronhada e foi preso. Acabou liberado por ordem do comandante do 2º Exército, general Dilermando Gomes Monteiro.
Vizinhos
Pouco antes do tiroteio, o trânsito foi interrompido na rua Pio 11. Agentes percorreram a vizinhança advertindo os moradores de que não deveriam sair de casa.
Nenhum dos vizinhos, em entrevistas aos jornais na época, afirmou ter ouvido a polícia intimar os que estavam na casa. A maioria disse que não ouviu tiros de dentro da casa para fora, o que indica que o ataque não teve revide.
A casa da Lapa não existe mais. No lugar funciona hoje um laboratório de análises clínicas.
(AMM)

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