São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Índice de reprovados chega a 70%
ESPECIAL PARA A FOLHA O exame da OAB foi instituído no início da década de 70, quando proliferaram as faculdades de direito e os efeitos da decadência do ensino jurídico começaram a ser percebidos.Hoje, o índice de aprovação no exame fica em torno de 30% (70% dos bacharéis inscritos são reprovados). Os maiores problemas são o desconhecimento da língua -os candidatos escrevem e falam errado-, do direito, e a dificuldade para organizar o pensamento. E já que a tarefa do advogado é convencer, ele tem de elaborar e desenvolver um bom raciocínio de convencimento e expressá-lo bem. "O exame não pretende resolver esses problemas, mas tem por objetivo aferir conhecimentos mínimos para o exercício da profissão", diz Fábio de Oliveira. Mas só quem assistiu a uma prova oral pode ter uma idéia do que os candidatos respondem. Certa vez, o bacharel interrogado falava muito no "excelso pretório" (significa Supremo Tribunal Federal). O examinador achou estranho, e perguntou o que era o excelso pretório. Ele respondeu que era um ilustre jurista mineiro. Há quem, mesmo sem saber a resposta, tem presença de espírito e se sai bem no exame. É o caso do bacharel que, perguntado sobre vários prazos processuais (para apresentar recursos etc), respondeu para todos 24 horas. O examinador disse que ele desconhecia os prazos. Ele respondeu: "Também não perco nenhum". Foi aprovado. Texto Anterior: Modificação no exame da OAB elimina a prova oral Próximo Texto: Ingresso na advocacia no mundo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |