São Paulo, sábado, 13 de julho de 1996
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Bilionário revela suas estratégias de investimento

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você fosse viajar por dez anos e decidisse investir seu dinheiro sabendo que não iria poder mexer no investimento durante esse prazo, não iria considerar interessante comprar ações da Coca-Cola?
Foi com essa pergunta que Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, respondeu quando lhe perguntaram por que ele tinha decidido, em 1989, comprar ações da Coca-Cola.
Considerado uma das pessoas que mais lucraram com aplicações em ações, Buffett, um americano de 65 anos, acha que uma das regras para ganhar dinheiro no mercado acionário é sempre aplicar por longos prazos e em empresas cujo negócio seja simples e compreensível mesmo para leigos.
A história de Warren Buffett e suas regras para aplicar dinheiro são retratadas no livro "Warren Buffett -Estratégias de Investimento do Maior Investidor do Mundo", de Robert G. Hagstrom, Jr., que está sendo lançado no país.
Há dez dias, Buffett foi citado, pelo segundo ano consecutivo, como o dono da segunda maior fortuna do mundo, só superado pelo megabilionário Bill Gates, criador e principal figura da Microsoft.
Muito menos famoso que Gates, Buffett é conhecido por repetir que qualquer pessoa pode ser tão bem-sucedida quanto ele nos investimentos em ações se seguir -rigorosamente- alguns princípios. "O que faço não está além da competência de ninguém", diz.
Algumas das normas defendidas por ele soam estranhas num país como o Brasil, com uma economia tão instável, mesmo depois do Plano Real. Buffett diz que o investidor não deve se preocupar desnecessariamente com a situação econômica. Ele acha que só se deve investir em empresas que possam ter lucros independentemente do desempenho da economia.
A leitura do livro -que exige atenção redobrada nos capítulos mais "técnicos", que detalham como Buffett toma suas decisões- é dificultada por erros de tradução e redação. Um exemplo está na página 6, logo no primeiro capítulo: "Deu-se então o inevitável e, em julho de 1985, Buffett fechou os livros, colocando um ponto final em um negócio que havia começado cem anos antes" é o que consta da versão em português.
No jargão dos contadores, a expressão "fechar os livros" (tradução literal de "close the books"), pouco usada, significa fechar o balanço contábil da empresa.

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