São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996 |
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Para bancos, economia vai crescer menos
MILTON GAMEZ
Diz a piada: "Perguntaram a um inglês como estava a mulher dele. Ele respondeu: comparada com o quê?". A estranha anedota, para quem não tem o humor britânico do ministro, sugere que tudo depende de um ponto de vista. Pois bem. Para os banqueiros, do ponto de vista do governo, o Brasil vai crescer menos do que se espera neste ano. Por outro lado, ainda sob o prisma de Brasília, os investimentos estrangeiros diretos serão maiores que o previsto. É o que a Folha constatou numa enquete com executivos de primeiro escalão de 13 bancos, dos quais oito nacionais e cinco internacionais. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) também revelou suas previsões. Todos eles prevêem que o PIB não irá crescer mais que 3% neste ano. A diferença de 1 ponto percentual parece pequena, mas significa que milhares de empregos e bilhões de reais em investimentos na produção e nos serviços deixarão de ser constatados, se os banqueiros tiverem razão. Ceticismo Os mais céticos quanto à taxa de crescimento são Tommas Zinner, do Unibanco (que considera uma evolução de 2,4%); Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro, do Real (2% a 3%); Cláudio Haddad, do Garantia (2,7%); Antônio Hermann Menezes de Azevedo, do Banco Itamarati (2,5%); Roberto do Valle, do Citibank (2,6%) e Roberto Setubal, do Itaú (2% a 3%). Os menos pessimistas, com previsão de 3%, são Fernando Gentil, do ING Barings Bank; Antônio Beltran Martinez, do BBA Creditanstalt; Henrique Meirelles, do Banco de Boston; Renato Simeira Jacob, do Fenícia, e Francisco Gros, do Morgan Stanley. Os mais "otimistas" são Joel Korn, do Bank of America (3% a 3,5%) e os diretores do Matrix (3,5%), entre eles André Lara Resende. "O crescimento econômico vai ser melhor no segundo semestre, sem dúvida, mas não vai ser nada brilhante. A economia entrou o ano muito desaquecida e o governo deverá manter os juros elevados", justifica Haddad. Renê Aduan, diretor do Banco Real, acrescenta que os sinais de aquecimento econômico ainda não são uniformes para justificar o ritmo de crescimento de 6% ao ano em dezembro, previsto pelo ministro Malan. Texto Anterior: Como deve funcionar a contribuição Próximo Texto: Banqueiro vê investimentos Índice |
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