São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996
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Investimentos latinos se parecem

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Economias latinas que abraçaram, nos anos 80, projetos rápidos de liberalização mudaram completamente o perfil de seus investimentos, abrindo espaço para a iniciativa privada. Certo?
Nem tanto (veja os gráficos). Entre 80 e 93, as participações do setor privado e do setor público na Argentina, Brasil, México e Chile ficaram praticamente as mesmas. A média para o investimento privado foi de 14%, 16%, 14,5% e 13,6%, respectivamente. O investimento público foi, em média, de 4,4%, 5,9%, 4,8% e 6,6% em cada uma dessas economias. Desde 80 a participação relativa é basicamente a mesma também dentro de cada país e, há muito tempo, com predomínio do investimento privado. O investimento público é mais estável que o privado. Seu declínio (gradual) se deve mais a fatores como a dívida externa e a crise fiscal. Só na Argentina e no México o tombo foi maior: no primeiro caso, pós-Cavallo e, no México, logo depois da crise de 82. O Chile é o único que nos 90 vive um "boom" privado. Mas observe-se que, no início dos 80, o Chile passou pela maior queda do grupo. O aumento do investimento privado mexicano é mínimo. No início dos 90 há uma retomada privada geral promissora. Mas se discute quanto disso é especulação, quanto é mudança de propriedade, quanto é aumento de capacidade produtiva.
Mas a tese reformas=mais investimento privado não confere com a prática. Nesse campo, ainda está praticamente tudo por acontecer.

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