São Paulo, domingo, 14 de julho de 1996 |
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Mergulhadores buscam profissionalização
DA REPORTAGEM LOCAL Baixos salários e mercado de trabalho concorrido são os principais problemas enfrentados hoje pelos mergulhadores profissionais.Mas, segundo Ricardo Silva e Lima, 50, diretor-executivo do Siemasa (Sindicato das Empresas de Atividades Subaquáticas), as empresas do setor estão procurando impulsionar a atividade e promover a reciclagem dos profissionais. Para isso, o Siemasa assinou um convênio com o Senai-RJ (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio de Janeiro) e criou cursos de mergulho profissional. "Nosso principal objetivo é incentivar a atividade para que os jovens se interessem pela profissão." O mergulhador ganha em média R$ 1.000 mensais, fazendo vários trabalhos extras, pagos à parte. O piso mínimo, segundo o Sintasa (Sindicato dos Trabalhadores de Atividades Subaquáticas), é R$ 253,84. O máximo é R$ 785,20. Há pagamento por desgaste orgânico, de R$ 9,78 por mergulho ou de R$ 6,10 a R$ 8,54 por hora. O mergulhador profissional não trabalha diretamente para a empresa contratante -a principal é a Petrobrás. É funcionário de uma empresa que presta serviço. Pode fazer desde inspeções, soldas e cortes em estruturas a televisionamento e fotografia. "Existe uma visão romântica da profissão que não corresponde à realidade. Lá embaixo é tudo escuro e solitário", afirma Mario Cesar da Cunha, consultor da área subaquática do Senai. A maioria das grandes empresas do setor só contrata quem tem experiência de no mínimo dois anos na área. É o caso da multinacional Stolt Comex, com filial no Rio. "Além de experiência, o candidato precisa ter capacidade física, formação na área e comprovar capacidade profissional", diz Carlos Niemeyer, diretor da empresa. Em agosto, segundo ele, a Comex vai contratar cerca de 60 mergulhadores. "Mas damos preferência a pessoas já conhecidas." Segundo Paulo Guilherme Ferraz, 42, dono da Inshore Serviços Subaquáticos, montar uma empresa de mergulho profissional ainda é uma boa opção para quem quer fugir do desemprego. Mas é preciso investir no mínimo R$ 20 mil, ter bastante experiência e ser conhecido na área. "O faturamento de uma empresa de porte médio pode chegar a R$ 50 mil, mas as despesas podem consumir de R$ 4.000 a R$ 40 mil por mês", diz Ferraz. "Até o início dos anos 80, havia atividades nos portos. Hoje estão paradas. As consequências são baixo salário e menos trabalho." Texto Anterior: CARTAS Próximo Texto: "Se surgir proposta boa, eu volto na hora" Índice |
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