São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Erundina faz campanha do 'sim'

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para mudar a imagem do PT de um partido do contra, a campanha de Luiza Erundina à Prefeitura de São Paulo escolheu a palavra "sim" como principal mote eleitoral. "Erundina diz sim" será o slogan da campanha.
O "sim" também batiza a coligação de Erundina, formada por PT, PSB, PC do B, PCB e PMN. "Sim por São Paulo" é o nome da aliança. O mesmo mote vai estar nos outdoors espalhados pela cidade.
Em algumas peças da campanha, o "sim" terá mais destaque do que o nome da candidata. Os outdoors, por exemplo, terão o "sim" em letras enormes e coloridas. O nome de Erundina aparece pequeno, na parte inferior do cartaz.
Caráter plebiscitário
Além da imagem do partido do contra, com perfil negativo e pessimista, os comunicadores de Erundina vão utilizar o "sim" para dar um caráter plebiscitário à sua reeleição. O "sim" significa aprovação à sua gestão anterior (89-92).
"Sim a Erundina", diz a mensagem plebiscitária. O "sim" é uma criação do publicitário Celso Loducca. Mesmo antes de ser contratado pelo PT, ele criou o "Sim por São Paulo" para a coligação.
Junto com o jornalista Ricardo Carvalho, responsável pelo programa de TV, Loducca trabalha nos detalhes finais da campanha. As peças prontas podem sofrer apenas pequenas alterações.
Comitês volantes
O material de comunicação de Erundina vai para as ruas no dia 1º de agosto, um dia antes do início do horário eleitoral de TV. Além de outdoors, o PT também lança mão nesse dia de outra novidade em suas campanhas eleitorais.
Trata-se de 60 kombis com alto-falantes que percorrerão as ruas de São Paulo. Os petistas pretendem fazer uma ocupação física da cidade. Os veículos funcionarão como uma espécie de comitês volantes da campanha.
Com faixas e bandeiras da campanha, as kombis distribuirão cartazes da candidata e venderão material, camisetas e bonés. O esquema faz parte do caráter profissional que o PT quer dar à campanha.
Ao contrário de outros anos, em que carros de militantes eram usados nesse tipo de serviço, as kombis serão alugadas e seus motoristas contratados.
Para colocar os comitês volantes nas ruas, o comando da campanha vai acabar com outra tradição do PT -os comitês fixos e os pequenos comícios feitos em bairros. Acha que o esquema anterior trazia poucos resultados.
Os comícios de bairros, por exemplo, acabavam sendo assistidos apenas por militantes do partido. Os comitês fixos também não funcionavam direito.
Cada um desses pequenos comícios custava em torno de R$ 5 mil. Esse dinheiro será usado no novo esquema de comitês volantes.

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