São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996
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Polícia interroga parentes de Suzana

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O inquérito que investiga a morte do empresário Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino da Silva, pode tomar novo rumo a partir de hoje.
O responsável pela investigação, delegado Cícero Torres, começa a interrogar os parentes de Suzana. A irmã dela, Ana Luiza, vai apresentar a primeira contradição nos depoimentos.
Segundo Ana Luiza, sua irmã conhecia a outra namorada de PC, Cláudia Dantas, que negou o fato ao depor na última sexta-feira.
As informações a serem prestadas pelos parentes da namorada de PC podem fornecer elementos que derrubem a tese da polícia de que ela era uma suicida em potencial.
As investigações de Torres baseiam-se nessa característica para justificar que a morte do casal foi um crime passional, resultado de homicídio seguido de suicídio.
Até agora, passadas três semanas de investigações, a polícia alagoana faz mistério sobre o fato de os óculos do empresário não aparecerem na cena do crime.
PC tinha cinco graus e meio de miopia. Seu secretário particular, Flávio Almeida Júnior, disse em depoimento que ele tinha o hábito de deixar os óculos e a corrente de ouro na cabeceira da cama ou em um local próximo, como, por exemplo, o banheiro do quarto.
Há quatro dias a Agência Folha solicita do delegado informações sobre onde os óculos foram localizados no dia 23 na casa de praia em que os corpos foram achados.
"Lembro dos óculos, mas não me recordo onde eles foram encontrados. Isso ficará explicado pelo relatório da perícia que sairá em dez dias", afirmou Torres.
Para o procurador da Justiça alagoana Lean Araújo, que acompanha o trabalho da polícia, a localização dos óculos de PC é "importante nas investigações". Porém, ele diz não saber onde a peça se encontrava na casa e que só falaria após ver o relatório da perícia.
A perícia não quis se manifestar. A falta de informações corretas sobre esses objetos é apenas mais um mistério que ronda o caso. Continua sumido também o celular que era utilizado por Suzana.
A polícia também não conseguiu explicar como os documentos de Suzana foram devolvidos rasgados no local destinado à assinatura.
Caminhada
Apenas 300 pessoas, segundo avaliação da Polícia Militar, participaram na manhã de ontem da caminhada "Alagoas exige respeito", na orla de Maceió.
O movimento foi convocado pelas 50 entidades reunidas no Fórum de Turismo de Maceió com o objetivo de divulgar as belezas naturais do Estado.

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