São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 1996 |
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Brasil e Portugal homenageiam padre Antônio Vieira em 1997 Os dois países criam comunidade amanhã JAIR RATTNER
A comunidade será formada amanhã, durante a viagem do presidente FHC a Portugal. Sobre as relações culturais entre Brasil e Portugal, Carrilho, um professor universitário de filosofia de 45 anos, afirma que existem inúmeros acordos que nunca foram cumpridos. Entre as atividades que Portugal desenvolverá junto ao Brasil, está o ano Vieira, em 97, comemorando o terceiro centenário do padre Antônio Vieira -principal autor barroco da língua portuguesa. * Folha - Quais os projetos na área da cultura para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa? Manuel Maria Carrilho - Estive com o ministro da Cultura brasileiro, Francisco Weffort, em abril, e apontamos para várias atividades, como a criação de uma base de dados da lusofonia, com dados relativos à cultura. Folha - Que tipo de dados? Carrilho - Uma base de dados com informações sobre autores e obras, área em que há um grande desconhecimento mútuo e muitas vezes é difícil obter informações. Penso que a comunidade tem que arrancar com uma base importante de informação e de comunicação. Também vamos criar uma revista de cultura dos sete países de língua portuguesa. Folha - Qual o nome da revista e quando sai o primeiro número? Carrilho - Neste momento não tem designação. Temos dois portugueses e um brasileiro trabalhando nesse projeto. Vamos também editar a coleção Biblioteca da Lusofonia, que será formada por Portugal e pelo Brasil. Serão publicados os clássicos portugueses e brasileiros. Portugal vai oferecer ao Brasil os livros portugueses que muitas vezes não se encontram nas bibliotecas brasileiras, o Brasil vai oferecer a Portugal os brasileiros, e ambos oferecemos todos os livros aos outros países de língua portuguesa. Folha - E outras áreas da cultura? Carrilho - Penso que os outros projetos, no domínio do cinema e do teatro, só depois é que poderemos desenvolver. Não se pode antecipar a criação da comunidade. Folha - Até agora, Portugal e Brasil fizeram muitos acordos e poucos foram cumpridos. O que vai haver de novo nessa área? Carrilho - Verifiquei os protocolos e acordos quando fui ao Brasil e vi que não havia falta de papel assinado, a maior parte sem cumprimento. A partir daí, junto com o ministro Weffort, estabelecemos um conjunto de iniciativas com um calendário preciso e deixamos de lado todo o resto. Por exemplo, vamos fazer de 1997 o ano Vieira. Também vamos iniciar em outubro a realização de seminários alternados sobre temas e figuras da língua portuguesa. O primeiro será sobre Guimarães Rosa. Texto Anterior: Censura e os direitos da criança na era digital Próximo Texto: Circo Nerino é retratado por Verger Índice |
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