São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Igreja registra 33 mortes no campo

CPT divulga relatório

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

A violência no campo fez 33 vítimas neste primeiro semestre. A maioria das mortes (28) ocorreu no Pará. Três foram registradas em Mato Grosso. Goiás e Maranhão tiveram uma morte cada.
Os dados divulgados, em Brasília, fazem parte de relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra), órgão da Igreja Católica.
Segundo a CPT, desde a posse do presidente Fernando Henrique Cardoso, há 18 meses, já houve 74 mortes de sem-terra.
A violência contra trabalhadores rurais "está se tornando marca do governo de Fernando Henrique Cardoso", diz o relatório.
O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) disse que não podia fazer nenhum comentário sobre o assunto porque não havia recebido o relatório.
Ontem, o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também divulgou nota para, mais uma vez, questionar os números divulgados pelo governo federal sobre assentamentos.
O governo pretendia, segundo o MST, assentar 60 mil famílias em 96. Relatório do Incra afirma que apenas 18.037 famílias foram assentadas, o que caracteriza, para o MST, a impossibilidade de se atingir a meta até o final do ano.
Para o ministro Jungmann, as críticas não procedem. Segundo sua assessoria, até 15 de julho foram assentadas 19,6 mil famílias. De acordo com Jungmann, o ritmo só foi acelerado após abril porque a reforma agrária, como todos os projetos do governo, dependia da aprovação do Orçamento.

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