São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Brasil destina US$ 4 mi para a África

CLÓVIS ROSSI; JAIR RATTNER
DO ENVIADO ESPECIAL E DE LISBOA

O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou ontem a ampliação dos programas de cooperação com países africanos de língua portuguesa de cerca de US$ 1 milhão para US$ 4 milhões.
São cinco os projetos em que se concentrará essa cooperação, desde acesso à Rede Nacional de Pesquisas até um programa de treinamento de mão-de-obra.
O anúncio foi feito no discurso do presidente na sessão inaugural da cúpula constitutiva da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), de que fazem parte também Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
ONU
Em contrapartida, o Brasil ganhou o endosso formal de seus seis sócios na CPLP para sua candidatura a uma vaga no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Hoje, só cinco países (EUA, Rússia, França, Grã-Bretanha e China) têm assentos permanentes nesse organismo que é o coração das Nações Unidas.
O primeiro-ministro português, o socialista António Guterres, já havia endossado a candidatura brasileira em seu discurso na sessão inaugural.
"Seria bom, no processo de democratização da ONU, que o Brasil viesse a ser membro permanente do Conselho de Segurança", disse o premiê socialista.
À tarde, os cinco países africanos da CPLP apoiaram a tese.
Estatutos
Os estatutos da CPLP, também ontem formalmente divulgados, estabelecem como objetivos gerais da comunidade os três pontos seguintes: 1) "A concertação político-diplomática entre seus membros em matéria de relações internacionais, nomeadamente para o reforço de sua presença nos foros internacionais"; 2) "A cooperação, particularmente nos domínios econômico, social, cultural, jurídico e técnico-científico"; e 3) "A materialização de projetos de promoção e difusão da língua portuguesa".
A sede da nova organização será em Lisboa, na fase inicial. A cada dois anos, haverá uma reunião de cúpula, estando a próxima (1998) marcada para o Brasil.
Antes, em 1997, haverá um encontro dos ministros de Relações Exteriores em Cabo Verde.
Na prática, a CPLP tende a ser um instrumento de promoção do idioma, muito mais do que um bloco econômico.
(CLÓVIS ROSSI e JAIR RATTNER)

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