São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996 |
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Olacyr reforça caixa em R$ 165 milhões
MILTON GAMEZ
Olacyr de Moraes, do grupo Itamarati O empresário Olacyr de Moraes recebeu cerca de R$ 165 milhões em ativos com a incorporação do Banco Itamarati pelo BCN. O dinheiro irá aliviar os problemas de liquidez enfrentados pelo Grupo Itamarati, com mais de 30 empresas em diversos setores. Além de receber essa quantia, o empresário tornou-se sócio minoritário de uma nova holding que controlará o BCN. Olacyr terá 25% da empresa, em sociedade com Pedro Conde e Antônio Grisi Filho, detentores de 75% das ações restantes. A holding nascerá em cerca de 40 dias, segundo comunicado oficial divulgado ontem pelo BCN devido a uma reportagem da "Gazeta Mercantil", que revelou a forte redução de patrimônio líquido sofrida pelo Itamarati antes de sua incorporação pelo BCN. Na nota, de 16 linhas, o banco informa que o Itamarati tinha um patrimônio líquido de R$ 304,2 milhões em 30 de junho passado. Na incorporação, o patrimônio líquido foi reduzido para R$ 140 milhões "e o restante (foi) distribuído aos acionistas do Itamarati". Segundo o comunicado, o novo BCN terá capital superior a R$ 1 bilhão. A Folha apurou que a nova holding nascerá com capital de R$ 555 milhões (o restante das ações do banco está no mercado). Com 25% da holding, Olacyr teria, portanto, uma participação final de R$ 138,75 milhões no novo banco. No comunicado, o valor divulgado foi maior, de R$ 140 milhões. A diferença entre R$ 138,75 milhões e o patrimônio de R$ 304,2 do Itamarati antes da fusão equivale aos R$ 165,45 milhões repassados a Olacyr. Tecnicamente, esse repasse seria feito por meio de uma distribuição de dividendos provenientes do cancelamento das ações do Itamarati que não compuseram o capital da nova holding do BCN. Esse detalhe da operação foi omitido por Olacyr no sábado passado, quando concedeu entrevista, na sede do Itamarati, para confirmar a fusão com o BCN. O "rei da soja", como é conhecido, estaria enfrentando problemas de liquidez nas demais empresas do grupo. Tanto é que está oferecendo sociedade da Ferronorte aos fundos de pensão. O sonho de cortar o Brasil Central o move. "Vou me concentrar na ferrovia, que é incrivelmente importante para o país. Foi meu ideal, estou na região do Mato Grosso há mais de 30 anos e lá o gargalo para o desenvolvimento é o sistema de transporte. Essa é a contribuição que ainda posso dar", afirmou Olacyr, no sábado. Procurado pela Folha, ontem, o empresário não deu entrevista. Ele planeja afastar-se cada vez mais da produção agrícola para dedicar-se mais ao beneficiamento de produtos. Como as usinas de açúcar. Texto Anterior: Mercosul tem novo foco de desacordo Próximo Texto: Venda a prazo tem alta em grandes redes Índice |
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