São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Venda a prazo tem alta em grandes redes

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas a prazo já representam 70% do faturamento de sete grandes redes de eletroeletrônicos do país. Antes do Plano Real, participavam com 51%.
Ponto Frio, Arapuã, Lojas Cem, Magazine Luiza, Lojas Paraíso, Zarty e Singer nunca viram o crediário tão movimentado.
Apesar de cobrar taxas reais de juros que são cerca de 56,6% mais altas do que no período anterior ao Real, o crediário é a modalidade de vendas mais procurada.
Levantamento do Provar (Programa de Administração de Varejo) da Faculdade de Economia e Administração da USP (Universidade de São Paulo), mostra que essas sete redes de lojas cobram hoje taxa real de juro de 4,7% ao mês, em média. De 90 a 93, esse número girava em torno de 3% ao mês.
Os juros nominais chegam a 6,2% ao mês, em média. A taxa máxima é de 8,1% ao mês e a mínima, de 3,2% ao mês.
"Ainda há muito para melhorar no crediário das grandes lojas. O acesso ao financiamento é demorado e os juros são altíssimos", diz José Augusto G. da Silveira, vice-coordenador do Provar.
Inadimplência
Pelo levantamento do Provar, a inadimplência dessas sete redes é ainda bastante elevada.
Hoje, 3,8% dos seus clientes, em média, não vão mais quitar as dívidas. De 1990 a 1993, esse número girava em torno de 2,4%.
O número de clientes com carnês atrasados acima de 30 dias representa, em média, 9,2% do total.
Segundo informam essas sete redes de lojas, os maiores devedores são os clientes que pertencem à classe média.
Com exceção da Zarty, que vende para o público de maior poder aquisitivo, as outras cadeias atendem os consumidores com renda média e baixa.
Ficha limpa
Segundo o Provar, o item mais importante considerado pelas empresas para aprovar o crédito é se o cliente tem "ficha limpa"ou se tem dívidas atrasadas.
O que os lojistas também analisam com cuidado é quanto a prestação compromete a renda do cliente, se ele está ou não empregado e se tem profissão. A comprovação de residência é fundamental para a liberação do financiamento.
As sete empresas analisadas pelo Provar têm 640 lojas espalhadas pelo país e empregam cerca de 16 mil pessoas.
Além do crediário -que, em média, se estende em até 15 meses-, o cheque pré-datado também está sendo cada vez mais utilizado por elas.

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