São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Falências sobem em SP, informa Serasa

Crescimento é de 114% em 1 ano

DA SUCURSAL DO RIO

As falências decretadas no segundo ano do Plano Real em São Paulo mais do que dobraram em relação ao primeiro ano do plano, segundo divulgou ontem a Serasa (Centralização de Serviços Bancários).
No período entre julho do ano passado e junho deste ano, foram decretadas 2.002 falências no Estado, um crescimento de 114% em relação ao período anterior, informou a Serasa, empresa que tem 87 bancos como sócios e faz análises econômicas, financeiras e cadastrais.
Segundo a avaliação do presidente da Serasa, Elcio Anibal de Lucca, o resultado de São Paulo seguiu a tendência do resto do país.
A principal razão do aumento do número de falências é que algumas empresas que estavam em má situação no primeiro ano do Real conseguiram uma sobrevida.
Como no primeiro ano do Plano Real houve facilidade de crédito, o empresário em dificuldades acabou tomando dinheiro nos bancos e, com o aumento das taxas de juros, agravado pelas medidas de restrição ao consumo, acabou não conseguindo escapar de dificuldades ainda maiores.
Também aumentaram, segundo o balanço da Serasa, as falências requeridas, que, com 28.214 pedidos de julho de 1995 a junho de 1996, cresceram 221% em relação a igual período anterior.
Na avaliação de Lucca, o principal motivo desse aumento é que o pedido de falência se transformou em um instrumento de cobrança de débitos mais eficaz (por ser mais rápido) do que simplesmente protestar títulos.
Mesmo assim, o número de títulos protestados também aumentou. No período pesquisado, os protestos aumentaram em 55,6%, chegando a 2,9 milhões de títulos.
Em todo o país, as falências decretadas chegaram a 3.574, um aumento de 88,7% em relação ao período de julho de 1994 a junho de 1995. O número de falências requeridas aumentou 183,5% e o de títulos protestados cresceu 22,6%.
O balanço da Serasa também vê pontos positivos na economia. Usando os últimos dados disponíveis (balanços do primeiro trimestre de 1996), mostra que houve crescimento de 0,2% nas vendas a grandes empresas (faturamento anual de mais de R$ 50 milhões).
Para empresas que faturam até R$ 50 milhões, o crescimento foi de 0,3%; para as pequenas (faturamento até R$ 2 milhões), de 1%. Segundo Lucca, esses percentuais baixos não significam que os negócios estejam estagnados.

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