São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Bamerindus quer comprar o Meridional

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Bamerindus se lançou como um dos candidatos à compra do Banco Meridional, instituição federal incluída na lista das privatizações deste ano.
Na explicação do Bamerindus, seria uma forma de transformar os títulos "podres" que possui em dinheiro vivo -o programa de privatização aceita pelo valor integral os títulos que representam dívida atrasada do governo.
O Bamerindus possui algo próximo a R$ 1,3 bilhão na forma desses papéis. "Se você prestar atenção, é o suficiente para comprar o Meridional", disse Marcos Jacobsen, coordenador da reestruturação do banco paranaense.
Jacobsen exemplifica bons negócios que o grupo Bamerindus fez com privatizações.
Segundo ele, ações de empresas como Usiminas, CSN e Copesul foram vendidas com lucro. "Você acredita que alguma dessas estatais deixará de se valorizar depois da privatização?", pergunta.
Não é a primeira vez que o Bamerindus anuncia interesse por outros bancos. Em 95, fez o mercado ficar sabendo que pretendia comprar o Econômico e o Banorte.
Os dois acabaram sendo repassados ao Excel e ao Bandeirantes, respectivamente, com ajuda do dinheiro do Banco Central.
É certo, porém, que o banco quer transformar em dinheiro seus títulos "podres" -ou, como diz Jacobsen, "títulos de privatização".
Uma das evidências disso é a holding do grupo ter transferido ao banco, na reforma patrimonial, créditos contra a Sunaman (estatal federal já extinta).
Com esses créditos, segundo Jacobsen, o Bamerindus passa a deter cerca de R$ 400 milhões em títulos prontos para ser usados em leilões de estatais.
Além desses papéis, há R$ 900 milhões em créditos contra o FCVS.
(GP)

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