São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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Secretário da Saúde admite falta de remédios no PAS

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FT

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Roberto Paulo Richter, disse ontem que pode estar havendo falta de um ou outro remédio no PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
"O PAS é um sistema novo no qual, é claro, ainda existem problemas", disse. "Alem disso, a nossa lista básica de medicamentos está em fase experimental de atualização. Nem mesmo a maior farmácia de São Paulo tem todos os remédios."
Ontem, o coordenador das unidades extra-hospitalares da Secretaria Estadual da Saúde, Nilson Ferraz Paschoa, afirmou que o PAS está sobrecarregando o fornecimento de medicamentos nas farmácias das unidades do Estado.
Segundo ele, os médicos do PAS estão encaminhando os seus pacientes para retirar medicamentos nos ambulatórios e centros de saúde do Estado. "Eles fazem a avaliação médica, dão a receita e mandam o paciente se virar para conseguir o remédio."
"Houve um aumento grande na procura nas unidades que ficam próximas ao PAS, atrapalhando o nosso planejamento", afirma.
O coordenador diz que na Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Panamericana, no Jaraguá, zona Oeste, 80% dos remédios distribuídos foram fornecidos para pacientes encaminhados pelo PAS.
Richter afirma que o a prefeitura compra os medicamentos pelo princípio ativo. Segundo ele, pode ser que um médico esteja receitando um determinado remédio que não tem, mas que há outros com as mesmas propriedades.
O secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, disse que não existe a intenção de pedir ressarcimento dos gastos à prefeitura.
A Folha obteve ontem cópias de receituários médicos emitidos nos módulos Mooca/Vila Matilde e Saúde/Sapopemba.
As receitas indicavam o uso dos seguintes remédios: Complexo B (vitamina), Keflex (antibiótico) e Tegretol (usado para problemas neurológicos). Em todos os casos, os remédios só foram obtidos na UBS de Vila Prudente, do Estado.
"Acho ótimo que os pacientes procurem remédios no Estado. Saúde não é só responsabilidade da prefeitura", disse Richter.

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