São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 1996
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Bandas dançam com o público em Paris

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DE PARIS

Atendendo pedidos de músicas, descendo do palco para dançar com o público e distribuindo autógrafos no meio da platéia, Paralamas do Sucesso e Chico Science fizeram um show fora de série anteontem em Paris.
E, mais uma vez, provaram por que são duas das melhores bandas brasileiras em cima de um palco.
"Não é em todo show que a gente dá esse mole", afirmou o baterista João Barone após a apresentação dos Paralamas, que, no bis, tocaram o que a audiência quis.
O clima ficou tão descontraído que alguns espectadores mais despachados se convidaram para o palco para dançar com as bandas.
O tamanho do Hot Brass -a capacidade da sala de espetáculo não chega a mil lugares- certamente contribuiu para essa aproximação.
Como afirmou o jornal "Libération" em uma matéria bastante elogiosa na véspera do show, "no Rio, seria preciso um estádio para abrigar atração parecida".
Atração principal da noite, os Paralamas enfileiraram, durante 1h40, uma sucessão de hits e citações musicais -de Free a Bob Marley, de Doors a Luiz Gonzaga, de Led Zeppelin a Tim Maia, de Santana a Zé Ramalho.
Sem muito papo, emendando uma música na outra, o grupo pôs o auditório para pular.
Um auditório com poucos franceses, composto basicamente pela fauna típica de brasileiros no exterior. Surpreendentemente, muitos adolescentes estavam na platéia, alguns que mal engatinhavam quando os Paralamas começaram, há 14 anos.
Mesmo assim, o público cantou em uníssono a maioria dos sucessos -da antediluviana "Vital e Sua Moto" a "Uma Brasileira"- e dançou com as músicas do novo disco -como "Capitão de Indústria" e "Loirinha Bombril".
Responsáveis pelo show de abertura, Chico Science e Nação Zumbi foram bem recebidos por um público que não conhecia seu repertório. Não fazia muita diferença tocar as músicas antigas ou as dos novo disco, "Afrociberdelia", como "Macô" e "Manguetown".
Mas a mistura pesada e a ótima presença de palco da banda conquistaram a platéia.
E não é todo dia que um cantor de rock desce do palco para dançar com o público.
(LAR)

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