São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Entidades pedem que MP faça Estado pagar coquetel anti-Aids

Governo teria que gastar R$ 1.000 por portador a cada mês

DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades de defesa de portadores do vírus da Aids e o deputado Paulo Teixeira (PT) entraram ontem com representação no Ministério Público exigindo que o governo do Estado de São Paulo garanta o fornecimento de drogas de última geração.
Hoje, o SUS (Sistema Único de Saúde) não fornece esses medicamentos. Os inibidores de protease (que interferem na multiplicação do vírus na última fase), misturados com outros medicamentos anti-Aids, conseguem no primeiro momento reduzir a quantidade de HIV no organismo de um soropositivo em até 90%.
Para fornecer o "coquetel" de drogas, o governo terá que gastar cerca de R$ 1.000 por mês com cada portador. No Estado, a estimativa é que hajam 23 mil portadores.
A única cidade que oferece o coquetel para seus doentes hoje é Santos. A prefeitura gasta cerca de R$ 70 mil por mês com a compra dos novos remédios.
O procurador-geral da Justiça em exercício, René Pereira de Carvalho, disse ontem que é grande a possibilidade de o MP entrar com uma ação na Justiça exigindo que o Estado compre os medicamentos.
"Vamos estudar como podemos entrar com essa ação. Esse é um assunto muito importante e achamos que a ação é cabível", afirmou Carvalho.
No último dia 9, a professora Nair Soares Brito, portadora do vírus da Aids, conseguiu liminar obrigando o governo a fornecer a ela dois inibidores de protease, além dos medicamentos tradicionais.
O governo do Estado cumpriu a determinação judicial, mas está recorrendo da medida.

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