São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996 |
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Rossi e Serra trocam farpas na feira SILVIA RUIZ SILVIA RUIZ; OSCAR RÕCKER NETTO
Serra chegou à feira minutos antes de Rossi. Estava acompanhado de seu candidato a vice, Arnaldo Madeira. Ao saber da presença do pedetista na mesma feira, Madeira disse que era "a terceira vez" que isso acontecia. "Isso é coisa do prefeito. Eles são do mesmo time", disse. Madeira referia-se à possibilidade de Rossi, orientado por Maluf, estar atrapalhando a campanha de Serra na capital. No final de junho, Rossi e Maluf tiveram encontros (um deles na casa do vice de Rossi, Marcos Cintra) onde teriam fechado acordo de não-agressão entre Celso Pitta, do PPB de Maluf, e ele próprio. Rossi reagiu: "O Serra se torna ridículo quando fala isso. Eles são do mesmo time. Quem sustenta o governo federal é o PPB do Maluf e o PSDB do Serra". Segundo Rossi, a troca de acusações entre Pitta/Maluf e Serra "é uma combinação". "Eles querem fazer crer que estão disputando a eleição. Só que estou na frente dos dois, e quando começar a campanha pela televisão vou arrebentar com eles." 'Boneco de ventríloquo' Rossi aproveitou para negar, com ataques, o acordo com Maluf. "Pitta é um boneco de ventríloquo", disse. "Que condições morais tem um boneco de ser prefeito de São Paulo?" Rossi disse ainda que as obras do prefeito Paulo Maluf estão sendo feitas com preços 70% acima dos de mercado. Para ele, a eleição de Pitta interessa a Maluf para que esse assunto não seja discutido. "Eu vou fazer uma auditoria e ver por que foi gasto tanto dinheiro." Gato e rato Sobre o encontro com Serra na feira, Rossi disse que não iria atrás de um candidato que tem campanha milionária. Em resposta, Serra afirmou: "Em vez de andar de automóvel, ele (Rossi) anda de helicóptero. É uma campanha esquisita como campanha pobre". Rossi afirmou que paga de R$ 30 mil a R$ 40 mil por mês pelo aluguel do helicóptero. "É muito menos do que eles gastam com artista em comício de um dia." Segundo o candidato pedetista, o dinheiro para as campanhas de Celso Pitta e José Serra sai do bolso do contribuinte porque ambos são apoiados pelo poder executivo (municipal e federal). "Eles não têm dinheiro para escola e saúde, mas tem para campanha milionária." Patrocinador Serra também acusou Pitta de não falar diretamente pela sua própria campanha eleitoral. "Não é ele quem fala, é o patrocinador dele (Maluf)." O candidato tucano disse que seu programa de governo para São Paulo será divulgado na segunda quinzena de agosto. Para Serra, a área de transporte é a que está mais desenvolvida até agora: se eleito, ele quer participar da expansão do metrô e da construção de um "rodoanel" na cidade -que contaria com concessões para empresas. Texto Anterior: Brizola se esconde para preservar Miro Próximo Texto: Cem mil mulheres disputam a eleição Índice |
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