São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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Paralisação favorece calendário eleitoral

DA REPORTAGEM LOCAL

A paralisação das obras na área de habitação em 95 ajustou a entrega de vários conjuntos habitacionais ao calendário eleitoral.
Só a construtora Andrade Valladares, uma das que prestam serviço ao Estado, tem três obras para concluir neste ano para a CDHU, num total de 800 apartamentos.
Todas devem acabar no final de setembro, alguns dias antes do primeiro turno da eleição.
"A gente tem muito trabalho em ano eleitoral", diz Marcílio Tosta Neto, responsável pela obra.
"O governo deve estar correndo para recuperar o atraso do ano passado, quando eles não fizeram nada", diz Paulo Godoy, presidente da Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas.
Para o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, o governo Covas limitou-se a terminar as obras que ficaram inacabadas em sua gestão. "Eu deixei 70 mil unidades em fase de construção. Eles guardaram para inaugurar agora", diz Fleury.
A interrupção das obras prejudicou famílias que estavam para se mudar. É o caso da família de Tereza Amaral de Medeiros.
Ela se inscreveu para um conjunto e se preparava para assumir um apartamento no início de 95.
Com a mudança do governo, houve um recadastramento dos moradores e ela foi excluída da lista. "Até agora não entendi por que mudaram tudo", diz.
O presidente da CDHU, Goro Hama, diz que o órgão promoveu um recadastramento em vários conjuntos porque alguns líderes comunitários estariam fazendo "uso político" das obras.

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