São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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PT vê eleição como prévia presidencial

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

As principais lideranças petistas condicionaram o futuro do partido nas eleições presidenciais de 1998 a uma vitória de Luiza Erundina em São Paulo.
"A eleição aqui não é uma disputa simples. Estamos disputando algo mais sério do que uma simples eleição", disse Luiz Inácio Lula da Silva durante comício realizado ontem, no Vale do Anhangabaú.
A capital paulistana foi definida pelo partido como uma trincheira em relação ao "neoliberalismo, ao poder econômico e à política do governo federal". Lula acha que Erundina pode vencer as eleições no primeiro turno.
"O Brasil inteiro olha para São Paulo, esperando que a maior cidade do país diga para onde o povo quer ir", disse Aloizio Mercadante, vice de Erundina.
Prévia
Luiza Erundina, responsável pelo discurso mais moderado da noite, falou das eleições de 3 de outubro como uma "prévia" da disputa presidencial.
"Se ganharmos aqui, estaremos preparando 1998. Faremos o governo do Estado e a Presidência da República com Lula", declarou.
FHC e o prefeito Paulo Maluf foram as vítimas preferenciais da cúpula petista. "Temos que derrotar o malufismo e o governo FHC. Não há alternativa. É vencer ou vencer", disse José Dirceu, presidente do partido.
Segundo ele, a cidade reconhece que Maluf e FHC governam "para a minoria e para os privilegiados". Lula também não poupou o governo federal. Chamou FHC de mentiroso por dizer que o dinheiro empregado pelo Proer na ajuda aos bancos não "vem do povo".
"Com esse dinheiro, poderiam fazer a reforma agrária, construir moradias, salas de aula e distribuir cestas básicas", declarou.
Ato falho
Lula aproveitou a oportunidade para pedir ajuda financeira para a campanha.
"Os empresários que dão dinheiro para a Erundina", disse, corrigindo-se em seguida, "para o Maluf e para o Serra, não vão dar para ela".
Para a organização do comício, o objetivo do evento -que era o de mobilizar a militância para a fase decisiva da eleição- foi atingido.
Pedro Dallari, coordenador da área de comunicação da campanha, calculava que 10 mil pessoas estiveram no comício ao longo do dia. "Só nós do PT conseguimos fazer isso sem publicidade e sem televisão."
Segundo a polícia militar, de 1.000 a 1.200 pessoas estiveram no local durante o horário de pico do evento, por volta das 18h.

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