São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 1996
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Coreografia discute idéia de tempo não linear

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Chandralekha e seu grupo vão apresentar em São Paulo a coreografia "Mahâkâl", de 6 a 8 de setembro, no Teatro do Sesc Pompéia.
"É uma peça sobre o tempo como uma idéia não linear e sim circular, que se desenvolve como uma espiral. Direções, cores, sentimentos, nada é linear. O tempo é contínuo, não é contado em direção à morte", diz Chandralekha.
Segundo ela, "Mahâkâl", que significa invocar o tempo, fala sobre espaço e tempo como elementos cósmicos, presentes dentro e fora do mundo em que vivemos e ainda no interior de cada corpo.
Mais recente criação de Chandralekha, "Mahâkâl" já foi apresentado na Alemanha, França e Japão. "Acho que este espetáculo vem fazendo sucesso porque o tempo é um tema contemporâneo crucial, que desafia nossa compreensão", observa.
"Nas estruturas econômicas e sociais, a linearidade do tempo é necessária porque implica em controle e poder. Para nós, indianos, o tempo é uma experiência cíclica, o que não temos nesta vida será alcançado na próxima. Isto não é fatalismo, mas uma filosofia."
Chandralekha começou a recusar as instituições familiares ainda bem jovem. Decidida a jamais se casar, era estudante de direito em Bombaim quando conheceu Harindranath Chattopadhyay, intelectual já falecido, que tornou-se mentor e companheiro.
Depois de fazer sucesso como bailarina solista, Chandralekha abandonou o palco durante 12 anos para dedicar-se a causas feministas e ecológicas. Em 1984, começou novamente a dançar.
(AFP)

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