São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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Publicitários temem operação

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Publicitários responsáveis pelas campanhas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo têm opiniões diferentes sobre a conveniência de políticos fazerem cirurgia plástica, mas, em geral, apontam alguma restrição a ela.
"A plástica é um recurso moderno que todo o mundo tem o direito de usar. Em candidato, eu acho perigosa porque ele já tem uma imagem pública consolidada", afirma Duda Mendonça, responsável pela campanha de Celso Pitta.
Sobre a expressão sisuda de Pitta, na avaliação dos médicos, o publicitário responde: "eu acho isso vantagem, porque demonstra uma pessoa séria, austera".
"Eu só receio quando se tenta mudar muito, aí se cria uma outra outra figura que não é a do político conhecido", diz Mendonça.
"Coisa pessoal"
Já Celso Loducca, coordenador da campanha de Luiza Erundina, diz que a opção pelo rejuvenescimento do rosto para candidatos é uma questão "superpessoal, pois não muda nada do ponto de vista do marketing político".
"Mas não recomendaria a cirurgia plástica, a não ser se a pessoa realmente quisesse", conclui o publicitário.
O responsável pela campanha de José Serra, Geraldo Walter, acha que os políticos podem fazer cirurgias plásticas, mas "não recomendaria que a operação fosse feita no período pré-eleitoral".
"A não ser se fosse por recomendação médica." Segundo ele, as bolsas nas pálpebras inferiores de Serra "são sua marca registrada". "Elas sugerem que ele dorme pouco e trabalha muito."
O coordenador da campanha de Francisco Rossi, João Carlos Serres, também considera a opção pela plástica "coisa muito pessoal para o político".
"A gente trabalha em cima da personalidade e não da aparência pessoal", diz ele.
(AL)

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