São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996
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CD parece coletânea de hits

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os Paralamas conseguiram realizar o sonho dourado de todas as bandas dos anos 80: recuperar o frescor dos primeiros tempos do rock nacional.
Lá pela metade dos 80, cada lançamento caía como uma bomba: discos como "O Passo do Lui", dos Paralamas, ou "Dois", do Legião emplacavam cinco (ou seis) hits em seguida.
Com "9 Luas", não deve ser diferente. Pelo menos seis faixas têm potencial para emplacar no rádio.
Para chegar lá, a banda bebeu em muitas fontes: versões (dos grupos argentinos Los Pericos e Soda Stereo), Lulu Santos (compositor pop por excelência), anos 70 (música de Paulo Sérgio e Marcos Valle) e 80 (parcerias com Titãs e Thedy Correa, do Nenhum de Nós).
Ao caldeirão afro-rock-latino dos rapazes, foram adicionadas pitadas de samba, bolero e anos 60.
Tudo se encaixa. Para começar, há "Lourinha Bombril". Batida irresistível, refrão infernal: impossível não pensar nela como parceira perfeita para "Óculos".
Em "Outra Beleza", arriscam um samba-mambo em parceria com Lulu Santos -para carnavalesco nenhum botar defeito.
Duas das melhores faixas são recriações. Em "De Música Ligeira" (do Soda Stereo), Herbert redescobre o prazer da guitarra.
Traduzida pela banda, "Capitão de Indústria", dos irmãos Valle, soa novinha em folha.
O único senão são as baladas, que não sobrevivem a vocais limitados e arranjos esquemáticos.
No mais, "Nove Luas" estabelece os Paralamas como o elo perdido entre o rock dos anos 80 e o novo pop nacional.
(MAd)

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