São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996 |
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Quércia no desespero
FERNANDO RODRIGUES Brasília - O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia teve encontros sigilosos nos últimos dias. Falou com os deputados federais José Aristodemo Pinotti e Alberto Goldman, ambos do PMDB paulista.Quércia anda preocupado. Sugeriu a Pinotti que indicasse um terceiro nome peemedebista para disputar a eleição para prefeito de São Paulo. Pinotti desconversou. É curiosa a situação de Quércia. Apostou que teria poder para indicar o candidato do PMDB na disputa pela prefeitura paulistana. Quércia queria o ex-deputado João Leiva, um seguidor antigo e fiel. Um grupo de peemedebistas descontentes, devidamente turbinados pelo Palácio do Planalto, foi contra. Tentaram Alberto Goldman. Como não deu, emplacaram o nome de José Aristodemo Pinotti. Pinotti e Leiva agora se engalfinham na Justiça para ver quem vai herdar o maravilhoso espólio do PMDB: dez minutos e 22 segundos de propaganda eleitoral diária de TV. É sabido que nenhum dos dois vai ganhar a eleição. Mas a posse desse latifúndio televisivo pode ajudar ou prejudicar muita gente. Se João Leiva for o candidato, é quase certo que o horário do PMDB em São Paulo será uma trincheira contra o governo federal e seu candidato, José Serra (PSDB). Como se sabe, os planos políticos de FHC estão inteiramente ligados à candidatura Serra. Na outra hipótese, com Pinotti candidato, é óbvio que o horário de TV dos peemedebistas será um refresco para Serra. E pode, se for o caso, abrir fogo contra o adversário que mais estiver ameaçando um sucesso tucano. Os encontros sigilosos e a proposta de Quércia a Pinotti revelam que o ex-todo poderoso do PMDB está mais preocupado do que parece. Talvez seja um prenúncio de que vá perder na Justiça a indicação do candidato do PMDB em São Paulo. E, como político experiente, quer salvar pelo menos os dedos. Texto Anterior: O direito à esperança Próximo Texto: Começou a baixaria Índice |
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