São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 1996 |
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Começou a baixaria
LUIZ CAVERSAN Rio de Janeiro - Blefe, hipócrita, mal-informado, farsante, mentiroso, traidor, patético, pau-mandado.A lista de "elogios" acima foi colhida em único fim-de-semana de ataques mútuos entre Sérgio Cabral Filho (PSDB) e Miro Teixeira (PDT), os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Como se vê, começou a baixaria. Que deve esquentar ainda mais com o início da propaganda gratuita no rádio e na TV. A tortura televisiva volta aos lares dia 2 de agosto, agora fragmentada ao longo do dia, apenas amenizando um pouco o sofrimento impingido ao telespectador. Se o voto obrigatório mantém-se como uma discrepância no regime democrático, a propaganda obrigatória é simplesmente inaceitável. Todo cidadão deveria ter o direito de não votar, assim como todo telespectador deveria ter o direito de não ver sua casa invadida por gente pedindo esse voto. Como nos anos passados, a propaganda servirá, apenas, para permitir que os candidatos tentem seduzir o eleitor incauto, com sua mensagem edulcorada pelos recursos da TV. O único consolo para quem é contra o voto obrigatório e contra a propaganda gratuita (gratuita para quem?) é que em geral os candidatos acabam vez ou outra se traindo, revelando suas baixarias. Que, aliás, já começaram. * Dos dez dias que passei em Maceió por conta da cobertura da morte de PC Farias, a única certeza que mantenho é a seguinte: não dá para ter certeza de nada. Mesmo passado um mês do crime, essa minha falta de convicção mantém-se firme, imutável: 35% para crime passional, 35% para duplo homicídio, 30% para o imponderável. Texto Anterior: Quércia no desespero Próximo Texto: Assim é se lhe parece Índice |
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