São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 1996
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Sequestrador mata empresária em AL

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Uma tentativa de sequestro resultou na morte da empresária Maria de Lourdes Couto Ramalho Costa, na noite de anteontem, em Maceió (AL).
Segundo a versão da polícia, o sequestrador Luiz Júlio da Silva, 27, começou sua ação às 19h50 de anteontem.
A empresária havia comprado pastéis no Pastel Chinês, na praia de Pajuçara, uma das mais famosas da cidade, e voltava para o carro quando foi atingida por quatro tiros nas costas, disparados pelo sequestrador. Ela morreu na hora.
A intenção de Silva era sequestrar o neto de Maria do Carmo, Marcelo de Carvalho Pereira César, 8 meses, que estava no carro com a irmã dela, a promotora Margarida Pereira do Couto.
A promotora é casada com Ricardo Palmeira, sobrinho do senador Guilherme Palmeira (PFL-AL).
Após fazer os disparos, segundo a versão da polícia, o sequestrador entrou no carro e levou o bebê e a promotora.
Dois motoqueiros que trabalhavam na pastelaria perseguiram o carro. Ao perceber que estava sendo seguido, segundo a polícia, Silva atirou na promotora e no bebê, com o carro em movimento.
Um dos motoqueiros, Walthier Correia Chen, disparou contra Silva. Um dos tiros atingiu o sequestrador de raspão na cabeça e o outro acertou sua coxa direita.
"Depois que ele (o sequestrador) atirou na mulher e no bebê, mandei que ele soltasse a arma. Ele apontou para mim, atirou e errou. Eu atirei e acertei", disse Chen.
O motoqueiro colocou o sequestrador no porta-malas do carro e levou todos os feridos para o Hospital de Emergência de Maceió. A perseguição percorreu 1,5 km, na direção do centro.
A promotora e o bebê foram operados. Até o final da tarde de ontem, a criança estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O tiro perfurou um pulmão do bebê.
Ontem, o sequestrador teve alta médica e foi preso na Secretaria da Segurança Pública do Estado. A polícia não encontrou nenhum documento com Silva.
As impressões digitais de Silva foram mandadas para Recife (PE) para que seja feita uma identificação mais precisa.
O secretário da Segurança de Alagoas, José Amaral, afirmou que o motoqueiro foi "um herói".
Collorgate
A promotora Margarida e a empresária que foi morta são irmãs da socialite Mirian Calheiros, sócia do piloto Jorge Bandeira no restaurante Gstaad e na boate Middô, a mais conhecida da cidade.
Bandeira é ex-sócio de PC Farias na Brasil Jet Táxi Aéreo, uma das empresas envolvidas no Collorgate, em 1992.

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