São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 1996
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BNDES suspende dívida de R$ 20 milhões da Inpacel

Empresa pediu fôlego até conseguir sócio no empreendimento

DA SUCURSAL DO RIO

A Inpacel -Indústria de Papel Arapoti S.A., empresa do grupo Bamerindus, deixará de pagar neste ano R$ 20 milhões ao BNDES graças a um acordo de suspensão de pagamento das parcelas da dívida da empresa com o banco que vencem de julho a dezembro.
Esses R$ 20 milhões são referentes à amortização de apenas uma parte dos débitos da Inpacel com o sistema BNDES, que somam atualmente cerca de R$ 185 milhões no total.
Segundo informações do banco, a amortização suspensa corresponde a R$ 105 milhões que a Inpacel deve diretamente a ele.
Os outros R$ 80 milhões são devidos pela Inpacel à Finame, agência do BNDES para financiamento de máquinas e equipamentos.
Como os recursos da Finame são emprestados por intermédio de agentes financeiros do mercado, o BNDES não forneceu dados sobre o refinanciamento dessa parte da dívida.
O grupo Bamerindus, controlado pelo senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR), está tentando vender parte da Inpacel como uma das saídas para resolver suas dificuldades financeiras.
O pedido de suspensão dos pagamentos ao BNDES foi feito para que a empresa tenha tempo para conseguir esse sócio, que poderá ser uma empresa canadense.
No total, a Inpacel obteve, entre 1989 e 1992, cerca de R$ 250 milhões em financiamentos do BNDES e da Finame.
Com a suspensão do pagamento das parcelas que vencem até o final deste ano, a empresa consegue uma folga sem se tornar inadimplente com o BNDES. Ela também fica livre de pagar multas por atraso de pagamento.
Caso o Bamerindus consiga fechar as negociações para a venda da empresa, os novos controladores deverão negociar com o BNDES o reparcelamento.
O BNDES informou que os R$ 20 milhões a vencer este ano da parcela devida diretamente a ele são compostos por R$ 15 milhões do principal da dívida e por R$ 5 milhões de encargos que incidem sobre a dívida.

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