São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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Bicho-de-sete-cabeças

ROBSON CAETANO DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os atletas que estão aqui têm grandes chances de estar nas finais de cada prova. A conscientização da equipe está muito boa. Existem uns dispersos, um ou outro, mas isso é uma coisa normal.
Cada um está muito concentrado no que vai fazer, sabe qual é a dificuldade de passar pelas eliminatórias e chegar às finais.
Tenho observado também -falando do Robson- que ele tem melhorado dos problemas de contusão que o tiraram da pista, que o deixaram dois meses sem treinar.
Ele retomou o programa de treinamento, vem treinando bem, vem fazendo um trabalho muito bom e espera estar na final dos 200 m.
Essa é a prova a que ele vem se dedicando faz anos, e o fato de concentrar as forças só nos 200 m, este ano, talvez vá ajudá-lo bastante.
Ele já não está mais com tempo para ficar treinando para as duas provas. Vem treinando com "tiros" de 60 m, 80 m, que são curtos.
Os outros atletas de velocidade também têm treinado bem. O Édson Luciano, o André Domingos, o Claudinei Quirino e o Arnaldo de Oliveira vêm progredindo.
Enfim, existe hoje uma equipe coesa, com vontade de chegar, por exemplo, à final do revezamento 4 x 100 m. Acho que os dois podem chegar.
Têm grandes chances de estar no pódio. É só correr com aquela tranquilidade que tem que passar a ser natural. Tendo isso, com certeza a gente está no pódio.
Nos 200 m, Michael Johnson (EUA) e Frankie Fredericks (NAM) vêm fazendo bons resultados anos seguidos. Mas não são nenhum bicho-de-sete-cabeças. É só você correr. Correr o mais forte que puder para ganhar deles.
Ganhar é difícil, não é impossível. Eu sempre digo isso. Eu estou mais preocupado com o Robson. Nem muito preocupado com o Fredericks, nem com o Johnson, nem com fulano, sicrano ou beltrano.
Hoje, o Robson está voltando a uma grande forma. Espero que isso resulte num grande resultado dentro da pista.
Na prova dos 200 m, é claro que a gente vai ter que correr o melhor da nossa vida para poder fazer o pódio. E eu acho que estou pronto para isso.
Nós temos sofrido bastante, temos feito um trabalho que tem nos deixado muito cansados. Fazia tempo que eu não "sentava numa banana" tão violentamente assim.
Se tudo correr bem na Olimpíada, continuo a competir no circuito europeu no segundo semestre. Não pretendo parar.

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