São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 1996
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Jovem vinícola Miolo impressiona

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Apesar de ser uma das mais jovens adegas do Brasil (as primeiras garrafas que saíram desta pequena cantina gaúcha foram as da safra 90), os vinhos da vinícola Miolo já chamam a atenção por sua qualidade.
O Cabernet Sauvignon 91, por exemplo (comentado nesta coluna em 23/07/93, avaliação 81/100) foi um dos melhores tintos nacionais daquela colheita, considerada excepcional no Rio Grande do Sul.
A versão 93 do mesmo tinto bateu vários concorrentes nacionais, espanhóis e franceses em uma avaliação da Cabernet Sauvignons.
A cantina produz os seus vinhos exclusivamente com uvas dos próprios parreirais. A plantação ocupa 27 hectares no Vale dos Vinhedos, perto de Bento Gonçalves, numa propriedade que está nas mãos dos Miolo desde 1897.
Naquele ano, ali se assentou, recém-chegado da Itália, Giuseppe Miolo, o patriarca da família.
Os terrenos sempre abrigaram vinhedos, mas de variedades americanas, utilizados pela família para elaborar vinho apenas para consumo pessoal ou de alguns amigos.
Na década de 70, estimulados pela entrada das firmas multinacionais que procuravam uvas finas para os seus vinhos, os Miolo começam a plantar cepas nobres em suas terras, ganhando renome nos anos seguintes pela qualidade da fruta que forneciam às vinícolas importantes da região, como a De Lantier.
A vinícola é pilotada hoje por Adriano e Fábio Miolo, bisnetos do patriarca. Adriano, enólogo formado em Mendoza, na Argentina, e atual presidente da Associação Brasileira de Enologia, é o principal responsável pela modelagem dos vinhos.
Fábio, dedicado à parte comercial, acabou de se mudar para São Paulo com a missão de fazer com que as bebidas da casa finquem o pé num dos mercados mais importantes do país. No elenco da vinícola há tintos frutados para serem bebidos jovens e outros envelhecidos em carvalho.
Destaque, na primeira ala, para o Pinot Noir 95, de paladar com bom conteúdo de fruta, não muito típica da variedade, mas intenso e agradável (R$ 4,39, 78/100) e, na segunda, o Cabernet Sauvignon 93, que combina fruta (cerejas) com suaves sabores de madeira. Tem taninos finos e bom final (R$ 6,22, 79/100\>.
Na seção dos brancos, estréia em 96 um espumante Brut -elaborado com uvas Chardonnay e Pinot Noir- de estilo sério e bom corpo, daqueles ideais para acompanhar uma refeição (R$ 10,67, 77/100).
Mas o destaque da última fornada da vinícola que desembarcou na cidade é o Chardonnay 95, um vinho de boa cor e aroma (abacaxi em calda, banana), boa acidez, paladar equilibrado e de uma intensidade difícil de encontrar num branco nacional (R$ 4,97, 82/100).

Onde encontrar - Sul Mineira (r. Cubatão, 136, tel. 011/889-8612)

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