São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Peritos tentam "acordo" sobre o caso PC

MARCELO GODOY
FÁBIO SANCHEZ

MARCELO GODOY; FÁBIO SANCHEZ
ENVIADOS ESPECIAIS A CAMPINAS

Equipe de AL discute com a de Badan Palhares laudo das mortes do empresário e de sua namorada

Os peritos da polícia de Alagoas e a equipe do médico-legista Fortunato Badan Palhares tentam neste fim-de-semana um acordo sobre a redação final do laudo que apontará como Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino, morreram.
O ex-tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello e Suzana foram encontrados mortos no dia 23 de junho, na casa de praia do empresário em Maceió (AL).
Ontem, dois peritos criminais e um médico-legista de Alagoas chegaram à Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para buscar "um consenso", segundo Palhares.
O legista da Unicamp está submetendo suas conclusões à equipe de peritos alagoana.
A principal preocupação dos peritos é saber se eles poderão ter um laudo conclusivo sobre como morreu Suzana.
Assinaturas "Se houver divergências, elas constarão do laudo, que será assinado por todos", disse Palhares.
Faz parte da equipe alagoana o perito criminal Alberto Costa de Almeida, da PF (Polícia Federal).
O Ministério da Justiça liberou a equipe de Palhares para trabalhar com todos os recursos necessários e em sigilo total.
Entre os peritos que analisam o laudo, está Carlos Alberto Zerbeto, da Polícia Civil de São Paulo. Ele trabalha em São João da Boa Vista (218 km ao norte de SP).
Novos exames
A Polícia Federal só continuará atuando no caso PC se o laudo concluir que Suzana Marcolino não se matou.
Os peritos alagoanos deverão permanecer em Campinas (99 km a noroeste de São Paulo) até a noite de amanhã. "Se houver necessidade de novos exames, eles serão feitos", afirmou Badan Palhares.
O legista espera entregar o laudo definitivo à polícia de Alagoas até o dia 4 de agosto. Palhares disse que até lá não revelará nenhuma das conclusões.
Os peritos deverão trabalhar no Departamento de Medicina Legal da Unicamp.
O delegado Cícero Torres, que preside o inquérito que apura as mortes, decidirá se vai revelar ou não o conteúdo do laudo.
Versões
Quando chegou ontem a São Paulo para a reunião com Palhares, o médico-legista alagoano Gerson Odilon Pereira criticou as afirmações a respeito da possibilidade de crime passional.
"Tudo o que se disse até agora é pura especulação. A versão da polícia pode não ser a versão dos peritos", afirmou Pereira.
Antes de abrir inquérito para apurar as mortes, a polícia alagoana afirmou que o crime foi passional -Suzana teria assassinado PC e, em seguida, se suicidado.
Um dia após os corpos terem sido encontrados, a polícia autorizou a queima de provas que estavam no quarto.

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