São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Motta usa ato oficial para atacar o malufismo

Ministro chama projeto Cingapura de "engodo"

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Em assinatura de convênio com clima de comício, o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, atacou ontem o prefeito paulistano, Paulo Maluf, e os ex-governadores de São Paulo Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho.
Motta disse que "os paulistanos querem um prefeito comprometido com o povo e não com os atos nojentos da administração".
Afirmou que o projeto Cingapura "é um engodo" e "gasta mais em publicidade do que com a construção de casas".
"O governador Mário Covas construiu o triplo (de casas) dos outros", disse o ministro.
Motta afirmou que os paulistanos não querem uma administração "só para alguns, com obras e túneis que privilegiam o sistema de transporte individual".
'Velho amigo José Serra'
Segundo ele, Covas (PSDB), está tendo que usar "escovão e muito sabão para limpar a sujeira que o Estado tinha".
"Bati pesado em Maluf (PPB) e em todos aqueles que levaram este Estado à falência através de uma exploração organizada do erário público", disse em entrevista depois da assinatura do convênio.
Em seu discurso, Motta afirmou que o projeto de recuperação da cidade só será feito com a liderança de José Serra (candidato à prefeitura pelo PSDB), "velho amigo".
O slogan "Serra Já" estava em uma faixa assinada pela "Associação de Nordestinos" e colocada no auditório do Palácio dos Bandeirantes. A faixa foi retirada após o início da cerimônia.
"Queremos para São Paulo um prefeito do porte do presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Mário Covas que é o senador José Serra", disse Motta durante a entrevista.
Telefones
O auditório estava lotado. No palco, Covas e sua mulher, Lila, o presidente da Telesp, Sampaio Dória, o presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Goro Rama, secretários de Estado e parlamentares do PSDB.
O convênio assinado ontem entre o Ministério das Comunicações, Telebrás, Telesp e CDHU prevê a instalação de centrais tipo PABX em unidades habitacionais da CDHU já construídas.
O projeto visa atender a 7.700 apartamentos em 1996, 15.600 em 1997 e 42.700 em 1998.

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