São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Médico censura automedicação

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação dos bons resultados causados pelos novos remédios de última geração contra a Aids está gerando uma corrida de portadores e doentes para comprar os medicamentos. Médicos e especialistas em Aids estão alertando para o risco da automedicação por portadores e doentes.
"É absolutamente inaceitável que uma pessoa se automedique", diz David Everson Uip, infectologista do Hospital das Clínicas. "Tomar esses medicamentos sem prescrição médica pode atrapalhar muito o tratamento porque a pessoa cria uma resistência aos medicamentos num primeiro momento e, quando realmente precisar, não tem a que recorrer."
Distribuidoras dos inibidores de protease não exigem receita médica para vender esses medicamentos. A Folha telefonou para quatro distribuidoras e nenhuma delas exige receita médica para vender os medicamentos.
A diretora da Vigilância Sanitária Estadual, Marisa Lima Carvalho, afirmou que o órgão não sabia da existência dessas distribuidoras e que a exigência da receita médica é essencial.
Marisa afirmou que vai começar a fiscalizar e que pode fechar essas distribuidoras.
Os três laboratórios que estão produzindo os inibidores de protease têm representantes próprios em São Paulo. O custo dos remédios nas importadoras está entre R$ 850,00 e R$ 1.100,00 para o tratamento de um mês.

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