São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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País viveu hiperinflação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-ministro Domingo Cavallo implantou em abril de 91 o que viria a ser um dos mais bem-sucedidos planos de estabilização da América Latina até a crise do México, em dezembro de 94.
Sob hiperinflação (perda de confiança na moeda e remarcação descomedida de preços), Cavallo adotou o regime de conversibilidade e o congelamento de câmbio.
A moeda argentina passou a ter como referência o dólar norte-americano. O peso teve seu valor congelado em um dólar, ou seja, um peso vale um dólar. A paridade vale até hoje.
O Banco Central argentino se transformou em uma caixa de conversão: para cada dólar que ingressa, emite-se um peso.
O regime de conversibilidade permite que a moeda argentina seja livremente trocada por moedas estrangeiras, seguindo o congelamento cambial.
Duas moedas
Na prática, a Argentina passou a conviver com duas moedas: o peso e o dólar. Operações de financiamento e até mesmo crédito ao consumidor são contratadas nas duas moedas.
A principal vantagem do congelamento do câmbio foi mudar o padrão de referência de preços, provocando uma queda significativa na inflação, que despencou de 2.000% ao ano para menos de 4%.
Além do congelamento do câmbio, Cavallo promoveu um programa de reformas com privatização dos setores de telecomunicações e transportes, demissão de funcionários públicos e redução da presença no Estado na economia.
O principal resultado da política de Cavallo foi o aumento do ingresso de capital externo na Argentina.
Isso elevou o crédito disponível e facilitou a colocação de títulos públicos e privados no mercado internacional.
Cavallo estabilizou a inflação, mas levou o país a índices recordes de desemprego.
Com a crise cambial mexicana, o país enfrentou uma crise de insolvência.

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