São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Longe das potências
OSWALDO KUSTER NETO
Aqui se reúnem 10 mil atletas, que têm em mente um mesmo objetivo: o brilho do ouro -que é disputado em menos de 10s numa prova de 100 m rasos, ou em mais de duas horas, como numa partida de vôlei ou numa maratona, e que esconde, na verdade, quatro anos de uma abnegação quase franciscana. A Olimpíada mudou ao longo destes cem anos, e, com ela, o espírito olímpico. Mas, no íntimo de cada atleta, permanece a vontade de vencer. E, com relação ao espírito olímpico, deve-se ressaltar a participação de centenas de voluntários, que, com sua simpatia e calor humano, ajudam a dar um brilho a essa festa. A enorme preocupação com a segurança de atletas e espectadores não impede que se dirijam a nós sempre solícitos e com um sorriso no rosto. As competições do remo, que se realizam em Lake Lanier (distante cerca de 80 km da Vila Olímpica), encaminham-se para o seu desfecho. Novos atletas terão então escrito seus nomes no rol dos grandes vencedores olímpicos. Outros, como o alemão Thomas Lange ou o britânico Steven Redgrave, podem se consagrar definitivamente. O primeiro tenta seu tricampeonato olímpico na prova de skiff (se sagrou bicampeão em Barcelona-92), feito alcançado pelo russo Vyacheslav Ivanov (56/60/64) e pelo finlandês Pertti Karppinnen (76/80/84). Redgrave tem a chance de entrar para a história dos Jogos como sendo o único homem do remo a conquistar quatro vezes consecutivas a medalha de ouro. No que diz respeito à participação brasileira, o que foi possível notar é que ainda estamos longe das principais potências -países europeus, EUA e Austrália. É necessário traçar o mais rápido possível diretrizes para que tenhamos no futuro, talvez já nas próximas Olimpíadas, condições de alcançar o pódio olímpico. Tivemos apenas dois meses de treino juntos. Tempo muito curto para se fazer uma preparação adequada. Mas é um orgulho participar da Olimpíada. É um momento grandioso na vida de qualquer atleta. Nesta corrida de revezamento, no dia 4 de agosto, Atlanta passa o bastão para Sydney, que passa a ser, então, na virada do milênio, o palco dessa grande festa. Texto Anterior: Meligeni vence o 15º do ranking mundial Próximo Texto: África pode dominar 100 m hoje Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |