São Paulo, sábado, 27 de julho de 1996
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Os quatro amigos

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Neste mês de julho, pela primeira vez desde a posse de FHC, funcionou perfeitamente a engrenagem composta pelos chamados líderes do governo.
A convocação extraordinária do Congresso foi um sucesso para os tucanos. É importante dizer que esta análise não embute um juízo de valor sobre o conteúdo do que foi votado. Mas o fato é que FHC ganhou muitas paradas sucessivas, e isso representa uma vitória política.
O êxito do presidente foi construído por muitos parlamentares da base aliada. Mas os três líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso tiveram responsabilidade particularmente maior. Essas vagas são ocupadas, respectivamente, pelo deputado Benito Gama (PFL-BA) e pelos senadores Elcio Alvares (PFL-ES) e José Roberto Arruda (PSDB-DF).
Além dos três líderes governistas, o deputado federal licenciado e hoje ministro da Coordenação de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), desempenhou papel fundamental para que o Congresso aprovasse as leis de interesse do Executivo.
Gama, Alvares, Arruda e Santos trabalharam em perfeita harmonia. Como se fosse uma ação entre amigos, dividiram tarefas e conseguiram aquilo que parecia impossível, ainda que fosse uma obrigação: fazer os deputados e os senadores comparecerem às sessões deliberativas.
"Se nós disséssemos no dia 1º de julho que aprovaríamos tanta coisa, seríamos chamados de loucos", comemora o senador José Roberto Arruda.
De fato. Cerca de cem parlamentares são candidatos nas eleições municipais de outubro. Ainda assim, houve quórum para a maioria das votações.
Tudo indica que, um ano e meio depois de sentar na cadeira de presidente da República, FHC parece ter conseguido encontrar as pessoas certas para os lugares certos no Congresso.
Ainda não ficou claro o custo que isso teve para o governo. Será mais fácil dirimir essa dúvida quando o grupo de quatro amigos tentar algo muito mais difícil: a reeleição de FHC.

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