São Paulo, terça-feira, 30 de julho de 1996
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PF quer descobrir 'intimidade da administração do Nacional'

Depoimentos de executivos começam hoje

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Os principais executivos e controladores do Nacional, que começam a depor hoje na Polícia Federal, serão perguntados sobre "a intimidade da alta administração do banco", segundo o procurador da República Rogério Nascimento.
Hoje, às 15h, depõe o ex-vice-presidente de Controladoria Clarimundo José Sant'Anna, suspeito de operacionalizar supostos créditos fictícios em 652 contas, no total de R$ 5,3 bilhões, para maquiar o balanço do banco.
Amanhã vai depor o ex-vice-presidente de Auditoria, Nagib Antônio. Na quinta, o ex-presidente Marcos Catão de Magalhães Pinto, e na sexta, seu irmão Eduardo Catão de Magalhães Pinto, presidente do conselho de administração.
Nascimento acredita que "não se poderia ter feito funcionar por tanto tempo um mecanismo que representava tanto patrimonialmente para o banco sem repercussão para a alta administração".
O advogado dos executivos do Nacional, Sérgio Bermudes, disse não ter "a mínima idéia" do que seus clientes dirão. Em depoimento no BC, Sant'Anna disse que o que foi feito tinha como objetivo salvar o banco. Marcos de Magalhães Pinto disse que soube dos créditos fictícios pelos jornais.
A expectativa é que, ao final da semana, haja mais indiciados. Já foram indiciados dois gerentes.
A PF e a procuradoria querem delimitar a responsabilidade dos executivos nas supostas fraudes.
Para isso, vai-se querer saber quem eram os membros e principais responsáveis pelos comitês executivo e de risco de crédito, órgãos informais de administração, e a quem eles se reportavam.

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