São Paulo, terça-feira, 30 de julho de 1996
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Favorito, brasileiro já tem medalha de prata na Laser

MAURICIO STYCER
DO ENVIADO A SAVANNAH

O bicampeão mundial Robert Scheidt, um dos maiores favoritos a uma medalha nos Jogos, venceu as duas regatas de ontem da classe Laser e já assegurou ao menos uma medalha de prata na disputa.
Scheidt lidera a classe Laser com 19 pontos, 2 a menos que o inglês Ben Ainslie. Falta apenas uma regata, que será corrida amanhã à tarde, para o fim da disputa.
Para ganhar a medalha de ouro, Scheidt pode chegar até em 9º lugar na regata, desde que à frente de Ainslie. Outra hipótese é o inglês se classificar em colocação pior que o 7º lugar -o que daria a medalha de ouro ao brasileiro independente de sua colocação.
O sistema de pontuação no iatismo é complexo. O primeiro colocado numa regata marca um ponto, o segundo, dois, e assim por diante. Ao final da disputa, cada velejador pode descartar os seus dois piores resultados.
"Melhor do que está, impossível", disse Scheidt ontem à tarde, ao chegar da segunda regata.
"Minha tática vai ser estragar a regata dele (Ainslie). Ele tem um estilo muito agressivo, como o meu. Por isso, embora goste de vento forte, prefiro que não esteja vento forte na última regata. Com vento fraco é mais fácil controlar a regata", disse Scheidt.
Outras classes
Na classe Finn, também encerrada ontem, a medalha de ouro ficou com o polonês Mateusz Kusznierwicz.
O brasileiro Christoph Bergman, que chegou a ser apontado com candidato a uma medalha, foi mal e ficou sem chances. Até as 19h de ontem (20h em Brasília), ainda não havia saído a classificação final da classe.
O Brasil ainda tem chances de medalha na classe Tornado, que disputa amanhã a sua última regata. Os velejadores Lars Grael e Kiko Pellicano estão em 9º lugar, mas ainda podem conquistar até a medalha de prata, dependendo dos resultados da regata.
Estratégia
O assessor técnico de Robert Scheidt, o ex-velejador Claudio Biebkarck, acredita que dificilmente o país ficará sem medalha de ouro na classe Laser.
"Nossa estratégia está se revelando correta. Optamos por começar de forma não agressiva, porque achamos que os resultados médios iriam prevalecer sobre os altos e baixos", diz Biebkarck, que disputou três Olimpíadas, ficando em quarto lugar em Montreal (76) e Moscou (80).
"Cheguei perto. Por isso vou festejar essa medalha do Robert para valer", diz Biebkarck.
"Robert é um cara que desde garoto sempre foi o que mais treinou, o que mais se dedicou. Tem um prazer de velejar enorme. É calmo, tranquilo, faz piada mesmo quando perde. É um iatista especial", diz Biebkarck sobre o bicampeão mundial.
Na opinião do ex-velejador, o Brasil é o melhor país do mundo na classe Laser, com outros grandes velejadores do nível de Scheidt.

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