São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Laudos propiciam versões diferentes
DANIELA FALCÃO; WILLIAM FRANÇA
O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) reafirmou que "Lamarca foi executado", pois estava rendido e não teve chance de reagir. Na versão dele, o guerrilheiro recebeu três tiros pelas costas que o jogaram ao chão e o imobilizaram. Depois, Lamarca ainda teria recebido outros quatro tiros pela frente -um deles, o fatal, de fuzil. Já o general Oswaldo Pereira Gomes, que votou contra a indenização de Lamarca, preparou um documento, com oito páginas, em que descreve como teria ocorrido a morte do guerrilheiro. Ele não deu cópias nem permitiu que a comissão divulgasse esse texto. A Folha apurou que o general chegou a interpretar para os demais membros da comissão como os tiros teriam atingido Lamarca. "Guerra" Para o general, não houve execução porque Lamarca não estava sob rendição, e os tiros o atingiram de lado -e não de frente. "Como ele estava portando armado, fica claro que os policiais atiraram para se defender. Tanto é que atiraram também na mão", disse. Nos relatórios policiais, foi constatado que Lamarca portava arma, mas não chegou a usá-la. O general apresentou ainda mais um argumento para explicar por que estava votando contra o pedido de indenização. "Ele disse que Lamarca foi morto numa guerra e que na guerra vale tudo", afirmou o deputado. Além do general, também votou contra o pedido de indenização o procurador Paulo Gustavo Gonet Branco, representante do Ministério Público. Gonet admite que Lamarca tenha sido executado, mas afirma que a lei não prevê o reconhecimento de pessoas que tenham morrido a céu aberto. Ele só considera locais fechados como dependências assemelhadas a dependências policiais. (DANIELA FALCÃO e WILLIAM FRANÇA) Texto Anterior: Voto amplia idéia de dependência policial Próximo Texto: Viúva e general discutem à saída Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |