São Paulo, sexta-feira, 2 de agosto de 1996
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'Precariedade atrapalhava'

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em entrevista à Folha por telefone, Luciano Callegari, atual superintendente artístico-operacional do SBT, conta que a emissora mandou para o Serviço de Censura "não apenas móveis, mas também videocassetes e aparelhos de TV".
"Os censores trabalhavam nas piores condições", relembra o executivo.
"Faltava tudo por lá. E, muitas vezes, a precariedade acabava nos atrapalhando. Eles deixavam de liberar um programa no prazo porque não tinham vídeos em número suficiente para ver todas as fitas. Então, sempre que possível, a gente ajudava o pessoal de São Paulo e de Brasília."
Callegari nega que, remetendo os presentes, pretendia "amansar" os censores. "Quem tem má intenção não tira nota fiscal das mercadorias."
A Rede Globo, por meio de sua assessoria de imprensa, confirma que doou o televisor. E explica: na época, a Censura estava muito desequipada.
Dornellas, hoje aposentado, diz que aceitou a TV porque "era para uso coletivo".
Como o SBT enviou os móveis à chefia, o ex-censor achou por bem rejeitá-los. "Recebê-los poderia gerar especulações maldosas."
(AA)

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